
Novas práticas dos principais navegadores colocam a privacidade digital sob ameaça. Entenda o que mudou e como se proteger.
Nas últimas semanas, usuários de navegadores como Chrome, Edge e Firefox foram surpreendidos por mudanças que podem comprometer a privacidade na internet. Enquanto o Safari, da Apple, manteve seu compromisso com a proteção de dados, os outros navegadores apresentaram práticas preocupantes, desde o rastreamento avançado até alterações em políticas de coleta de dados. Saiba o que está acontecendo e quais são as melhores alternativas para manter sua privacidade online.
Google libera rastreamento de impressões digitais
O Google vinha desenvolvendo alternativas para eliminar cookies de terceiros e impressões digitais do navegador, apostando em projetos como FLoC, Ad Topics e Privacy Sandbox. Porém, essas soluções não tiveram o impacto esperado. Como resultado, a empresa decidiu voltar atrás: a partir de fevereiro de 2025, sua rede de anúncios passou a utilizar dados de impressão digital, como o endereço IP do usuário, para rastrear navegadores, independentemente de cookies ou modo anônimo. Esse tipo de rastreamento é extremamente preciso e difícil de impedir ou modificar.
Fim dos bloqueadores de anúncios eficazes no Chrome e no Edge
O Chrome e o Edge, ambos baseados no projeto Chromium, vêm substituindo a plataforma de extensões Manifest V2 pela nova Manifest V3. Essa mudança limita a capacidade das extensões de bloquear conteúdo e rastreamento de forma eficaz. Apesar de extensões como uBlock Origin e Adblock Plus já terem se adaptado, suas versões atualizadas não são tão potentes quanto as antigas. Desde novembro de 2024, o Chrome começou a desativar extensões baseadas na Manifest V2, e o Edge fez o mesmo em fevereiro de 2025. Até junho, essa transição deve se consolidar totalmente, impactando também navegadores derivados do Chromium, como Opera e Vivaldi.
Firefox se aproxima do mercado publicitário
A Mozilla, responsável pelo Firefox, passou a explorar mais o setor de publicidade. Desde a versão 128, o navegador inclui o sistema de atribuição de privacidade (PPA) em parceria com o Facebook. Além disso, uma atualização nos Termos de Uso em fevereiro de 2025 gerou polêmica ao conceder à Mozilla o direito de utilizar dados dos usuários para melhorar a experiência de navegação. Após críticas, a empresa ajustou a linguagem, mas a confiança de muitos usuários ficou abalada. Embora o Firefox ainda mantenha suas principais proteções de privacidade, é importante acompanhar futuras atualizações de perto.
Safari permanece focado na privacidade
O Safari, navegador padrão da Apple, não apresentou mudanças negativas em relação à proteção de dados. Com bloqueadores de conteúdo robustos e configurações de privacidade integradas, ele continua sendo uma opção segura para quem utiliza dispositivos da Apple. No entanto, usuários de Windows não contam com atualizações do Safari desde 2010, o que limita essa alternativa fora do ecossistema da Apple.
Quais navegadores priorizam a privacidade em 2025?
Com as mudanças no Chrome, Edge e Firefox, usuários preocupados com a privacidade devem considerar outras opções:
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Tor Browser: Focado na máxima privacidade, o Tor oculta a identidade do usuário, mas pode comprometer o funcionamento de alguns sites. É possível ajustar as configurações para melhorar a compatibilidade.
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LibreWolf: Baseado no Firefox, o LibreWolf elimina qualquer tipo de telemetria e inclui o bloqueador uBlock Origin por padrão. Atualiza-se rapidamente e está disponível para Windows, macOS e Linux.
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Waterfox: Oferece um equilíbrio entre privacidade e usabilidade, utilizando versões de suporte estendido do Firefox, mas com uma equipe de desenvolvimento menor.
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Brave: Apesar de ser baseado em Chromium, o Brave integra recursos de privacidade avançados e promete manter suporte a bloqueadores tradicionais. No entanto, inclui funções extras, como uma carteira de criptomoedas e um assistente de IA.
A classificação de privacidade desses navegadores, do mais seguro ao mais amigável, seria: Tor Browser, LibreWolf, Waterfox, Brave e Firefox.
Vale lembrar que, para obter a máxima proteção em qualquer navegador (exceto no Tor e LibreWolf), é necessário ajustar configurações de segurança e instalar extensões confiáveis de bloqueio de rastreadores e scripts.
Proteja ainda mais sua navegação
Uma solução prática para aumentar a privacidade é utilizar softwares de segurança que ofereçam proteção contra coleta de dados. Algumas ferramentas, como a Navegação Particular da Kaspersky, detectam e bloqueiam tentativas de rastreamento de forma automática. Essa função pode ser personalizada para ser ainda mais rígida e é compatível com a maioria dos navegadores.
Com essas informações, é possível fazer escolhas mais conscientes e manter o controle sobre seus dados pessoais em 2025.
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