A obsessão e a perseguição via redes sociais evoluem para um crime: o
stalkerware – ou espionagem digital, prática que cresceu quase 230% no
Brasil
Após virar febre, a segunda temporada da série YOU (Você), lançada em 26 de dezembro, dividiu os fãs – pela repetição da trama ou a falta de consequências às ações do protagonista. Depois de decidir começar uma vida nova em Los Angeles, o personagem Joe Goldberg assume nova identidade como Will Bettelheim e acaba encontrando outra obsessão: a chef de cozinha Love Quinn. Então, ele repete a perseguição online para descobrir via redes sociais detalhes da vida dela. Porém, a temporada traz um elemento novo: o uso de um programa espião instalado no celular de uma das personagens sem seu consentimento. Tecnicamente, este tipo de software é chamado de stalkerware e seu uso cresceu 228% no Brasil em 2019.
O relatório global ‘A situação do stalkerware em 2019’, da empresa de segurança Kaspersky, mostrou que o número global de usuários que sofreram ao menos uma tentativa de instalação de um stalker ultrapassou 37 mil nos primeiros oito meses de 2019. No Brasil, foram identificadas tentativas de instalação em 1,2 mil usuários únicos em 2018. No ano seguinte, a quantidade de detecções/bloqueios aumentou para 4 mil usuários únicos – crescimento de 228%. Para combater o crescimento deste programa espião, a empresa lançou a funcionalidade “Alerta de Privacidade ” para avisar a vítima da presença deste app e ainda participou da fundação da Coalition Against Stalkerware, que visa proteger as vítimas dos stalkwares – a maioria, mulheres.
Entre as críticas que a segunda temporada de You está recebendo, destaca-se a falta de espaço para mostrar o sofrimento das vítimas. De fato, na vida real a maioria delas se sente envergonhada e raramente busca ajuda. Mas o problema não termina aqui. “Estudos demonstraram que 70% das mulheres vítimas de espionagem cibernética também sofreram, no mínimo, uma forma de violência física e/ou sexual de seu parceiro. Precisamos impedir que esses criminosos usem os telefones de suas parceiras para espioná-las e ainda as responsabilizem pela violência que cometem.”, afirma Anna McKenzie, gerente de comunicações da European Network for the Work with Perpetrators of Domestic Violence – empresa parceira da coalização.
Talvez por já ter a 3ª temporada confirmada, a série não tenha abordado as consequências dos atos do protagonista Joe/Will. Tal decisão fez com que algumas críticas chamassem a série de “irresponsável”- mesma acusação feita contra 13 Reasons Why, que abordou o suicídio de uma adolescente. Porém na vida real é preciso debater o assunto e garantir que os abusadores respondam por seus atos.
“Acreditamos que a orientação à vítima é a melhor arma contra o stalkerware. Primeiro a vítima precisa entender o que está acontecendo, saber o que pode ser feito e receber orientações sobre quais os próximos passos. Entre as informações que a Coalition Against Stalkerware traz em seu site está uma lista de indicadores para caso a mulher suspeite que está sendo espionada. Ao ter orientações de especialistas, ela poderá considerar se a remoção do programa tem o potencial de causar mais danos, como alertar o agressor de que foi descoberto, dando a ele a oportunidade de apagar provas que podem ser usadas em uma possível investigação”, explica Fabio Assolini, pesquisador sênior de segurança da Kaspersky no Brasil.
Para minimizar os riscos de ser vítima, siga essas dicas:
Após virar febre, a segunda temporada da série YOU (Você), lançada em 26 de dezembro, dividiu os fãs – pela repetição da trama ou a falta de consequências às ações do protagonista. Depois de decidir começar uma vida nova em Los Angeles, o personagem Joe Goldberg assume nova identidade como Will Bettelheim e acaba encontrando outra obsessão: a chef de cozinha Love Quinn. Então, ele repete a perseguição online para descobrir via redes sociais detalhes da vida dela. Porém, a temporada traz um elemento novo: o uso de um programa espião instalado no celular de uma das personagens sem seu consentimento. Tecnicamente, este tipo de software é chamado de stalkerware e seu uso cresceu 228% no Brasil em 2019.
O relatório global ‘A situação do stalkerware em 2019’, da empresa de segurança Kaspersky, mostrou que o número global de usuários que sofreram ao menos uma tentativa de instalação de um stalker ultrapassou 37 mil nos primeiros oito meses de 2019. No Brasil, foram identificadas tentativas de instalação em 1,2 mil usuários únicos em 2018. No ano seguinte, a quantidade de detecções/bloqueios aumentou para 4 mil usuários únicos – crescimento de 228%. Para combater o crescimento deste programa espião, a empresa lançou a funcionalidade “Alerta de Privacidade ” para avisar a vítima da presença deste app e ainda participou da fundação da Coalition Against Stalkerware, que visa proteger as vítimas dos stalkwares – a maioria, mulheres.
Entre as críticas que a segunda temporada de You está recebendo, destaca-se a falta de espaço para mostrar o sofrimento das vítimas. De fato, na vida real a maioria delas se sente envergonhada e raramente busca ajuda. Mas o problema não termina aqui. “Estudos demonstraram que 70% das mulheres vítimas de espionagem cibernética também sofreram, no mínimo, uma forma de violência física e/ou sexual de seu parceiro. Precisamos impedir que esses criminosos usem os telefones de suas parceiras para espioná-las e ainda as responsabilizem pela violência que cometem.”, afirma Anna McKenzie, gerente de comunicações da European Network for the Work with Perpetrators of Domestic Violence – empresa parceira da coalização.
Talvez por já ter a 3ª temporada confirmada, a série não tenha abordado as consequências dos atos do protagonista Joe/Will. Tal decisão fez com que algumas críticas chamassem a série de “irresponsável”- mesma acusação feita contra 13 Reasons Why, que abordou o suicídio de uma adolescente. Porém na vida real é preciso debater o assunto e garantir que os abusadores respondam por seus atos.
“Acreditamos que a orientação à vítima é a melhor arma contra o stalkerware. Primeiro a vítima precisa entender o que está acontecendo, saber o que pode ser feito e receber orientações sobre quais os próximos passos. Entre as informações que a Coalition Against Stalkerware traz em seu site está uma lista de indicadores para caso a mulher suspeite que está sendo espionada. Ao ter orientações de especialistas, ela poderá considerar se a remoção do programa tem o potencial de causar mais danos, como alertar o agressor de que foi descoberto, dando a ele a oportunidade de apagar provas que podem ser usadas em uma possível investigação”, explica Fabio Assolini, pesquisador sênior de segurança da Kaspersky no Brasil.
Para minimizar os riscos de ser vítima, siga essas dicas:
- Proteja os dispositivos com uma senha muito forte (não uma impressão digital).
- Altere suas senhas regularmente e nunca as compartilhe com ninguém, nem mesmo membros da família.
- Bloqueie a instalação de aplicativos de terceiros no celular. Acesse Configurações > Segurança > e desmarque a opção “Fonte Desconhecidas”.
- Verifique os aplicativos instalados no seu dispositivo em intervalos regulares e exclua aqueles que você não precisa. Também preste atenção especial aos aplicativos que possuem permissões suspeitas, como acesso ao rastreamento por GPS, monitoramento de SMSs, gravação de chamadas etc.
- Use proteção de segurança confiável, principalmente uma que possa alertar sobre a presença de stalkerware, como o Kaspersky Internet Security para Android .
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