Aplicativos populares vazam dados pessoais

Alertamos repetidamente nossos leitores sobre quão perigosos podem ser os programas de origem desconhecida. Porém, a maioria das pessoas parece não hesitar na hora de confiar em aplicativos de fontes e desenvolvedores confiáveis: avaliações positivas, milhões de downloads, e distribuição em lojas oficiais como a Google Play são vistos como um distintivo de segurança. Contudo, não há garantias.


Este artigo não fala de Trojans, mas sobre aplicativos genuínos que, ainda assim, podem vazar seus dados online. Nossos especialistas analisaram um total de 13 milhões de APKs (arquivos de pacote para Android) e descobriram que aproximadamente um quarto deles transmite dados sem criptografia na internet. Alguns desses aplicativos têm centenas de milhões de downloads, às vezes mais de meio bilhão! Não dá para chamar algo assim de “probleminha”.

Por vezes, informações são expostas online em função de algum erro do desenvolvedor – todavia não é isso que acontece na grande parte dos casos. Quando solicitados para o envio de dados de usuários para um servidor, a maioria dos apps vai usar um protocolo HTTPS seguro, que impede a interceptação. O problema está nos serviços de terceiros que os desenvolvedores incorporam sem verificação de antecedentes. Por exemplo, alguns analíticos ou de publicidade conduzem informações pela internet por meio do protocolo HTTP padrão, que não é seguro.

Que informações podem ser afetadas?

A maior parte dos vazamentos de dados que detectamos tinha a ver com o modelo do dispositivo, suas especificações técnicas, dados relacionados à rede ou aos provedores de internet, e o nome do APK (pelo qual o sistema reconhece o pacote); muitos serviços também revelaram as coordenadas do smartphone ou tablet.

Em alguns casos, informações sobre o uso dos aplicativos foram transmitidas pelo HTTP por um serviço terceirizado integrado. Dentre esses dados estavam curtidas, publicações, páginas visitadas, além de detalhes sobre o dono do aparelho – nome, telefone, data de nascimento. Descobriu-se que as chaves únicas criadas para cada pedido de autorização também eram transferidas de forma insegura. Felizmente, a maioria dos serviços não repassa logins e senhas sem criptografia, apesar de alguns o terem feito.

Um em cada quatro aplicativos móveis transmite dados pessoais por meio de canais desprotegidos

O que há de perigoso nisso?

Informações transmitidas por HTTP são enviadas como um texto simples, e podem ser lidas por qualquer pessoa – inclusive seu provedor de internet, por exemplo. Além disso, o caminho entre o aplicativo e o servidor da outra parte provavelmente tem vários “pontos de trânsito”, na forma de dispositivos que recebem e armazenam informação por um determinado período de tempo.

Qualquer equipamento de rede, o que inclui seu roteador doméstico, pode ser vulnerável. Se hackeado, vai permitir que criminosos tenham acesso as suas informações – o provedor de internet, por outro lado, não precisa hackear nada para isso. E a obtenção de qualquer informação sobre o dispositivo (especificamente códigos IMEI e IMSI) é o suficiente para monitorar suas ações futuras. Quanto mais completa a informação, mais você se torna um livro aberto para os outros – de anunciantes até amigos falsos que oferecem arquivos maliciosos para download.

Entretanto, os vazamentos de dispositivos e dados são apenas parte do problema; informações sem criptografia também podem ser substituídas. Por exemplo, em resposta a um pedido de HTTP de um aplicativo, o servidor pode enviar um anúncio em vídeo, que os cibercriminosos podem interceptar e substituir por uma versão menos inofensiva. Ou então podem simplesmente mudar o link dentro de um anúncio – e ao invés de baixar um jogo bonitinho ou um aplicativo para fins corporativos, os usuários correm o risco de fazer o download de algo muito mais nefasto.

O que você pode fazer?

Essas questões devem realmente ser solucionadas pelos desenvolvedores de aplicativos. Mas não se pode confiar completamente que irão resolver, assim, temos algumas dicas simples que podem protegê-lo melhor.

  • Verifique as permissões solicitadas por um aplicativo – pode demorar, mas nunca é uma perda de tempo, mesmo quando o app tem milhões de downloads. Se, digamos, um aplicativo de mensagem instantânea quer saber sua localização, não se sinta obrigado a revelar.
  • Compre versões pagas dos aplicativos, se possível. Elas não mostram anúncios, o que significa menor risco de vazamento de dados. No entanto, pode ser que ainda utilizem módulos analíticos terceirizados que muitas vezes se comportam do mesmo jeito.

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